Montadoras buscam retomada do mercado com foco no carro popular

São Gonçalo Informa
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O setor automotivo liderado por montadoras, empresas de autopeças e concessionárias está levando ao governo Lula a proposta de retorno da produção de carros populares. A justificativa é a redução das vendas de carros novos causada pela queda do poder aquisitivo dos consumidores, juros elevados e crédito restrito, além do alto custo dos modelos com maior tecnologia e segurança. Atualmente, apenas dois carros à venda são considerados de entrada: o Renault Kwid e o Fiat Mobi.

A Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) afirmou que o setor precisa de escala para gerar rentabilidade e evitar demissões no setor. Estudo da consultoria S&P Global mostra que as montadoras operam com quase 40% de ociosidade. O presidente da Fenabrave afirmou que “o crescimento do setor tem de vir de baixo para cima e atingir o consumidor que, hoje, não consegue mais comprar carro zero”.

Antonio Filosa, presidente na América do Sul da Stellantis, também defendeu a volta dos carros populares, mas ressaltou a importância de definir o conceito de carro popular, que para ele é um veículo pequeno, simples, com menos equipamentos, mas seguro. Para baratear o preço, Filosa defendeu a redução de impostos, definir os itens de segurança essenciais e baratear o crédito.

A discussão sobre a retomada do carro popular ocorre em um momento em que as montadoras começam a suspender a produção e a dar férias coletivas aos trabalhadores por falta de demanda. O setor apostava na demanda reprimida dos últimos anos para ter resultados melhores em 2023, mas o juro alto, a inadimplência e a restrição de crédito têm travado o mercado. Embora a venda de automóveis e comerciais leves tenha registrado alta em março, os números “não refletem a realidade, pois estão mascarados pelo fraco desempenho de 2022”, segundo a Fenabrave.

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