O programa de notícias RJ1 revelou que funcionários ausentes continuam empregados na Empresa de Moradia, Urbanização e Saneamento de Niterói (Emusa)

São Gonçalo Informa
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A Emusa é uma empresa pública de Niterói responsável por obras de infraestrutura, manutenção e saneamento, bem como pela contratação de funcionários para executar esses serviços.

No final de março, o RJ1 denunciou o escândalo. De acordo com o Ministério Público do Rio (MPRJ), a Emusa se transformou em um local de empregos fantasmas, com suspeitas de nepotismo e contratações duvidosas, para atender a interesses eleitorais.

Sob a gestão do atual prefeito, Axel Grael (PDT), o número de funcionários comissionados – aqueles contratados sem concurso público – mais do que dobrou nos últimos dois anos.

Quando Axel Grael assumiu a Emusa, a empresa tinha 518 funcionários. Três meses depois, esse número aumentou para 805. No final de 2022, a empresa encerrou o ano com 1.053 contratados.

À medida que as denúncias surgiram, alguns funcionários, nomeados sob circunstâncias suspeitas, foram exonerados. Na época, o RJ1 descobriu uma lista secreta contendo dezenas de nomes, onde vereadores, secretários e aliados políticos tiveram a oportunidade de empregar seus parentes.

Atualmente, a Emusa é alvo de 14 inquéritos cíveis, 3 procedimentos administrativos e 3 ações judiciais.

No artigo intitulado “Lista de exonerados da Empresa Municipal de Niterói tem políticos e parentes do vice-prefeito”, é mencionado que a Emusa exonerou mais 54 pessoas, incluindo candidatos a vereador que não foram eleitos. Além disso, outras 11 pessoas foram exoneradas posteriormente.

Um caso específico abordado foi o de Ediclaudio Regino Rosa, que ocupa o cargo de assessor técnico na administração regional de Itaipu, com um salário de R$ 6.479. No entanto, ele foi encontrado trabalhando em uma barbearia no horário em que deveria estar na Emusa. Após a reportagem do RJ1, Ediclaudio foi exonerado retroativamente a partir de 2 de maio.

Outro caso mencionado é o de Adriano Gonçalves Bianna, contratado como chefe do setor de material na Diretoria de Pavimentação e Reparos da Emusa, com salário de R$ 4.666. Ele foi flagrado em casa, regando plantas e realizando obras durante o horário de expediente. A Procuradoria do município está investigando sua contratação.

O prefeito Axel Grael foi convidado para uma entrevista pelo RJ1, mas respondeu por meio de uma nota. A prefeitura informou que 161 pessoas foram exoneradas desde a criação de uma comissão para modernizar a gestão da Emusa. A comissão tem como objetivo garantir transparência na empresa e otimizar suas operações.

Quanto aos funcionários denunciados na reportagem, a prefeitura informou que Ediclaudio Regino Rosa foi exonerado retroativamente a partir de 2 de maio, após os esclarecimentos solicitados pelo RJ1. Será conduzida uma sindicância para investigar a possibilidade de ressarcimento aos cofres públicos. Em relação a Adriano Gonçalves Bianna, a Procuradoria informou que a comissão está investigando sua contratação e tomará as medidas necessárias.

A Prefeitura de Niterói anunciou que, no final do mês, a comissão apresentará os resultados do levantamento da folha de pagamento e da redução do quadro de funcionários. Além disso, outra comissão está coletando dados internos para subsidiar a elaboração de um edital.

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