Médico receita sorvete de chocolate e jogo ‘Free Fire’ para criança com sintomas gripais

São Gonçalo Informa
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Após o incidente ocorrido na UPA Jardim Conceição, em Osasco, na Grande São Paulo, o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) abriu uma sindicância para apurar a conduta do médico responsável pelo atendimento de uma criança com sintomas gripais.

A mãe da criança, Priscila da Silva Ramos, ficou chocada ao ler a receita prescrita pelo médico, que incluía sorvete de chocolate e o jogo de ação “Free Fire”, além de uma lista de remédios como amoxicilina e dipirona. Ela considerou o comportamento do médico debochado, destacando a contradição de prescrever sorvete de chocolate para uma criança com a garganta inflamada.

Priscila relatou que durante o atendimento, o médico não examinou seu filho e apenas perguntou quais eram os sintomas. Em seguida, ele prescreveu uma série de medicamentos, dos quais ela conhecia alguns, como a dipirona, mas não recebeu explicações sobre os outros.

O médico permanece com o registro ativo no Cremesp, porém não possui especialidade registrada, embora tenha se identificado como neurologista no carimbo da receita.

A UPA Jardim Conceição também foi criticada pela falta de uma farmácia interna, obrigando Priscila a percorrer uma distância de cerca de 15 minutos até a farmácia mais próxima para buscar os remédios prescritos para o seu filho.

Em resposta, a Prefeitura de Osasco informou que o quadro clínico da criança era de nasofaringite aguda, conforme registrado no prontuário pelo médico. A justificativa do médico para a prescrição do sorvete de chocolate foi proporcionar alívio da dor, uma vez que o gelado teria efeito anestésico, facilitando a alimentação durante a fase aguda da doença.

A prefeitura também ressaltou que, devido à conduta inadequada do médico com o paciente e seus familiares, assim como a falta de esclarecimentos sobre suas ações, ele foi desligado do quadro de prestadores de serviços.

Esse incidente levanta questões importantes sobre a conduta médica e o cuidado adequado aos pacientes, além da necessidade de avaliações mais rigorosas e acompanhamento por parte dos órgãos competentes para garantir a segurança e a qualidade dos serviços de saúde.

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