O macarrão instantâneo, que é um símbolo da alimentação rápida e barata, também está sofrendo com o aumento de preços que afeta a economia brasileira. Embora continue sendo fácil e rápido de fazer, não se pode mais afirmar que é barato. Segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a massa tipo Lámen teve um aumento acumulado de quase 25% nos últimos 12 meses, até fevereiro deste ano.
Esse aumento é cinco vezes maior do que o índice geral do IPCA, que encerrou o segundo mês do ano em 5,6%, dando continuidade às quedas registradas nos últimos meses.
A Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (ABIMAPI) explica que o aumento de preço se deve ao fato de que o Brasil não produz a quantidade de trigo necessária para abastecer todo o mercado nacional, sendo necessário importar mais da metade do volume necessário. Isso faz com que produtos como o macarrão instantâneo fiquem sujeitos às variações da cotação do dólar, já que cerca de 70% do custo do alimento vem da farinha.
Além disso, a guerra entre Rússia e Ucrânia, que juntos representam 30% do trigo consumido no mundo, também afeta a relação comercial com o insumo e, respectivamente, seu valor no mercado.
Outro fator que contribui para o aumento de preços, de acordo com o economista da FGV Ibre, Matheus Peçanha, é a questão climática. Os custos com grãos subiram muito em 2020 por causa do La Niña, afetando também o custo da proteína animal. Além disso, ainda há problemas de seca no Sul do país.