Escolas, comércios e unidades de atendimento social amanheceram fechadas nesta segunda-feira (4) no Complexo do Força, no bairro Boaçu, em São Gonçalo. O clima entre os moradores é de medo e apreensão desde a morte de um dos principais líderes do tráfico da região, o criminoso conhecido como “G da Força”, baleado durante uma operação da Polícia Civil na última sexta-feira (1º).
Placas comunicando a suspensão das atividades por “motivo de força maior” foram colocadas nos portões da Escola Municipal Paulo Reglus Neves Freire e do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) do Porto do Rosa. Ruas que costumam ser movimentadas estavam praticamente vazias nas primeiras horas do dia.
Estou indo trabalhar, mas não sei como vai ser quando voltar. Fica o medo, mas mesmo assim tenho que trabalhar”, disse uma moradora que preferiu não se identificar.
Viaturas da Polícia Militar circulam pela região, mas o temor ainda é visível.
Quem sofre é sempre o morador, o trabalhador que acorda cedo. A gente não tem nada a ver com isso e somos os que mais sofrem. Não temos direito nem de comprar o pão porque a padaria está fechada”, desabafou um morador.
“G da Força” foi morto durante troca de tiros com agentes da 72ª DP (Mutuá). Segundo a polícia, ele era o principal chefe do tráfico no Complexo do Força e teria ordenado o incêndio que destruiu uma viatura da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam), em outubro de 2024.
Durante o confronto, outros dois criminosos que atuavam como seus seguranças também morreram, e três suspeitos foram presos em flagrante. A operação resultou ainda na apreensão de dois fuzis, uma pistola, drogas e duas motocicletas.
A ação foi fruto de investigação, inteligência e monitoramento da Polícia Civil. Na semana anterior, outro confronto envolvendo agentes da mesma delegacia terminou com a morte do chefe do tráfico do Morro do Querosene, também integrante do mesmo grupo criminoso.
Conforme apontam as investigações, o incêndio à viatura da Deam teria sido uma retaliação pela prisão de dez traficantes da comunidade da Força, capturados durante uma operação contra o roubo de veículos.