Professora é agredida por aluno em escola estadual

São Gonçalo Informa
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A Polícia Civil está investigando um caso de agressão envolvendo uma professora da rede estadual que foi atacada por um aluno durante uma reunião realizada na última quarta-feira (28) em uma escola localizada no bairro Engenho Novo, Zona Norte do Rio de Janeiro. O adolescente, de 15 anos, desferiu um chute no olho da docente, que preferiu não se identificar.

Segundo a vítima, a reunião foi agendada com a diretora e a coordenadora pedagógica da escola para informar a mãe e o aluno sobre o cancelamento da matrícula devido ao elevado número de faltas no primeiro bimestre.

“A mãe entendeu a situação e pediu para que falássemos diretamente com ele. Elas explicaram tudo sobre as faltas e o cancelamento, além de se disponibilizarem para buscar uma nova escola para matriculá-lo. No momento em que elas se levantaram para ir à secretaria, eu senti um impacto no rosto e vi o pé dele descer. Foi quando percebi que ele havia me chutado”, relatou a professora.

A vítima também afirmou que a coordenadora e a mãe do aluno conseguiram contê-lo, e ela precisou se trancar em uma sala para evitar que as agressões continuassem. Em seguida, a professora foi à 25ª Delegacia de Polícia (Engenho Novo) para registrar o ocorrido. Ela passou por um exame de corpo de delito no IML do Centro, o qual constatou lesões no rosto.

A docente teve contato com o aluno apenas três vezes, no início do ano letivo, na segunda-feira (26) e na quarta-feira (28), quando ocorreu a agressão. O adolescente já havia ameaçado a professora dentro da sala de aula, afirmando que ela seria a responsável pelo cancelamento de sua matrícula. “Quando entrei na sala, ele apontou para mim e disse: ‘você é aquela, né, que me expulsou da escola’. Eu nem sabia do que ele estava falando, pois tenho muitos alunos, e respondi que não tenho autoridade para expulsar ninguém. Então ele apontou novamente e falou: ‘eu vou até aí agora e vou te bater'”, disse a professora.

Outro aluno conseguiu conter o agressor, que foi retirado da sala. Após a ameaça, foi marcada a reunião em que ocorreu a agressão, com a presença da mãe do jovem. A vítima procurou a delegacia para registrar a queixa.

A professora afirmou que está com medo e não sente mais vontade de voltar às salas de aula. Ela foi afastada por motivos de saúde, após passar por uma avaliação psiquiátrica. “Tenho 35 anos de profissão e só quero desaparecer. Estou pensando em deixar o Rio de Janeiro, pois moro próximo à escola e ao agressor. Não consigo comer ou dormir”, desabafou.

Segundo a vítima, agressões e ameaças contra professores têm se tornado frequentes nas escolas. “Precisamos de apoio e de psicólogos para fornecer suporte a esses alunos. Não temos nada, estamos abandonados. A educação está sendo negligenciada, e agora eu não sei se devo abandoná-la. O que devo fazer? Vou jogar fora todo o meu conhecimento porque não sei se quero entrar em uma sala de aula novamente. Sinto que morri profissionalmente, não me reconheço mais no espelho”, lamentou.

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