Um Inquérito Policial Militar (IPM) foi instaurado pela direção do Colégio Brigadeiro Newton Braga (CBNB), localizado na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio de Janeiro, para investigar uma agressão ocorrida na última segunda-feira (12). Um policial militar, pai de uma aluna de 15 anos, agrediu um professor da instituição após uma denúncia de assédio. O caso está sendo apurado tanto pela polícia quanto pela corporação.
De acordo com a Polícia Militar, o agente, que estava de folga, foi até a escola após receber um telefonema da filha relatando ter sido vítima de assédio por parte do professor Gustavo Henrique Cornélio. Em defesa, o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) alega que o professor é vítima de perseguição política.
A PM informou que também abriu um procedimento interno para investigar a conduta do policial. Após a denúncia, ocorreu um desentendimento entre as partes e o policial acabou detido por militares da Força Aérea Brasileira.
Em nota, o colégio enfatizou que repudia qualquer conduta que não esteja alinhada aos seus valores e ao trabalho dedicado de sua equipe. O CBNB é uma instituição de ensino vinculada à Força Aérea Brasileira (FAB) e possui mais de 60 anos de atuação, buscando oferecer ensino de qualidade e formação integral aos estudantes.
Segundo o Sinasefe, o professor Gustavo Henrique Cornélio, que também é coordenador-geral do sindicato, foi agredido violentamente no estacionamento da escola. O sindicato justifica o ocorrido como mais um exemplo da onda de violência neofascista vivida pelas escolas no país, ressaltando que o professor tem sido alvo de perseguição política nos últimos anos, especialmente desde o início do governo Bolsonaro.
O sindicato afirma que Gustavo é professor da Aeronáutica há 39 anos, atuando como sindicalista durante todo esse período, e que sempre obteve excelentes avaliações em suas avaliações funcionais, sem nunca ter sofrido processo disciplinar até o governo Bolsonaro.
A associação repudia a perseguição, mas não se pronunciou sobre a denúncia de assédio. Destaca ainda que a escola deve ser um ambiente de convivência pacífica, diálogo e boa formação humana, e declara solidariedade ao professor Gustavo, lutando para evitar a repetição de episódios de violência e perseguição política.
No ano passado, a Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ recebeu denúncias de alunas e ex-alunas do Colégio Brigadeiro Newton Braga, relatando assédio sexual por parte de dois professores da instituição. Após conclusão do procedimento administrativo, os professores foram demitidos em janeiro deste ano.
Este caso evidencia a importância de combater a violência e garantir um ambiente seguro nas escolas, protegendo os direitos e o bem-estar dos alunos e professores.