Nesta segunda-feira, 1º de maio, o salário mínimo do trabalhador brasileiro sofreu o segundo reajuste do ano, passando de R$ 1.302 para R$ 1.320. O aumento estava previsto no Orçamento Geral da União de 2023, mas foi adiado em quatro meses porque, caso ocorresse em janeiro, não seria possível pagar os benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) durante todo o ano. O adiamento ocorreu devido aos R$ 6,8 bilhões destinados pela Emenda Constitucional da Transição se mostrarem insuficientes para bancar o aumento dos benefícios do INSS atrelados ao salário mínimo. Além dos R$ 6,8 bilhões, o governo precisaria de R$ 7,7 bilhões para bancar o aumento do salário mínimo para R$ 1.320 ainda em janeiro. Inicialmente, a equipe econômica queria adiar o reajuste para 2024, mas o governo conseguiu encontrar recursos para o novo aumento do mínimo. O dinheiro veio do recadastramento do Bolsa Família, que eliminou 1,2 milhão de beneficiários em situação irregular apenas em abril.
Após os reajustes de janeiro e maio, o governo pretende discutir uma política de valorização permanente do salário mínimo a partir de 2024. O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, informou que o governo em breve enviará um projeto de lei que retoma a fórmula que vigorou de 2012 até 2019. Pela política anterior, o salário mínimo era corrigido pela inflação do ano anterior, pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e pelo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes. Caso o PIB encolha, haverá apenas a reposição pela inflação. O Ministério da Fazenda defendia outra fórmula, que incluiria a variação do PIB per capita e teria impacto menor no Orçamento, mas foi vencido.