Ranking de liberdade de imprensa: Brasil sobe 18 posições e apresenta melhora significativa

São Gonçalo Informa
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Na foto, Artur Romeu, coordenador do RSF.


O Brasil avançou 18 posições no ranking mundial de liberdade de imprensa, segundo relatório da organização não governamental Repórteres Sem Fronteiras (RSF). O país, que estava na 110ª colocação, subiu para o 92º lugar. No entanto, a situação ainda é considerada problemática, e a RSF atribui a melhora na posição à saída de Jair Bolsonaro do poder, que “atacou sistematicamente jornalistas e veículos de comunicação”, diz o relatório.

Artur Romeu, diretor do escritório da RSF para a América Latina, explica que a subida de 18 posições não necessariamente reflete uma mudança que já ocorreu no país, mas sim uma expectativa e percepção de otimismo de analistas, jornalistas e pesquisadores consultados para o levantamento, desde a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022.

O diretor da RSF alerta que, apesar da melhora no ranking, o Brasil continua sendo historicamente violento para jornalistas, e no levantamento da violência contra comunicadores no país entre janeiro e dezembro do ano passado, o país estaria na posição número 149 do ranking. No ano passado, houve uma série de violências, incluindo o assassinato do jornalista britânico Dom Philips e do blogueiro cearense Givaldo Oliveira.

Para continuar a evoluir no ranking, a RSF avalia que o país tem desafios importantes, incluindo a necessidade de reafirmar marcos legais, garantir a transparência pública e combater a desinformação. Segundo Artur Romeu, a desinformação é um problema global que exigirá atitudes concretas das lideranças políticas.

O estudo da RSF avalia as condições do livre exercício do jornalismo em 180 países do mundo, com base em indicadores políticos, sociais, legislativos, econômicos e de segurança. Nos últimos dez anos, o Brasil só está atrás do México em número de jornalistas assassinados, o que torna importante a proteção na defesa de direitos humanos e a criação do observatório de violência contra comunicadores pelo governo atual, segundo Artur Romeu.

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